quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Filme: Há tanto tempo que te amo

Il y a Longtemps que Je T'aime

Assisti esse filme anteontem. É um filme triste, que a todo momento você fica esperando o "sorriso de felicidade" brotar na cara da atriz....acho que isso foi o que mais me prendeu. Fiquei esperando a Felicidade dela aparecer...


bem diferente o filme, tranquilo e triste. Tem uma cena que achei forte e impactante , quando a atriz principal vai até a delegacia e é atendida por outro policial - o não de costume. É meio que "a ficha cai e você percebe que você não é o único que possui problemas no mundo" - uma forma simples de tentar escrever o que senti no momento. Mas bem bacana, não é perca de tempo não...rs...

e só pela música que toca no meio do filme onde a atriz principal toca piano junto com a irmã, já vale o filme inteiro. É uma graça! lindo lindo! a música do final do filme (créditos) também vale a pena. vou colocar os links aqui para quem quiser ver. É muito bonito ver como misturam bem a arte com todo o filme. Gosto disso! ;)


Frase de um epistemológo francês: " pardonner c'est resister a la cruauté du monde"
"perdoar é resistir à crueldade do mundo".

No filme as crianças são colocadas como inspiração para o perdão. Próprio e aos demais. Acho que o pior de tudo é não se perdoar.

Abaixo o site com a música, letra e tradução.

http://letras.terra.com.br/aubert-jean-louis/1532181/traducao.html

Procurar também a música A la claire fontaine no youtube. é linda, é a música tocada pelas irmãs no piano. e Fontaine é o sobrenome delas...agora que lembrei....

domingo, 27 de dezembro de 2009

Colégio


A aula mais interessante que tive no colégio foi de literatura, onde aprendi que o autor não quer dizer nada. Cada um interpreta o que lê.

Dicionário


Controle: 1. ato ou efeito de controlar
2. domínio de sua própria conduta

Controlar: 1. exercer o controle de.
2. manter-se sob controle
3. dominar-se

Dominar: vencer as próprias paixões.

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

(desde dia 21.12.09 tenho pensado bastante sobre essas palavras)

===========hoje li no banheiro do bar "Salve Jorge" a manchete do jornal Folha de São Paulo de 21.12.68 e dizia assim:

"Três a bordo; destino: lua" - 3 astronautas estavam embarcando na astronave Saturno-5 com destino a lua. Iam dar 10 voltas por lá. Que engraçado, coisas importantes acontecem nessa data. Deve haver alguma relação com a astrologia , esoterismo e por aí afora...

Enfim...


Esses são os significados que encontramos no dicionário sobre as palavras CONTROLE e CONTROLAR. É muito difícil controlar algo. Quando trata-se de algo material como produtos, estoque, folha de pagamento, etc, a ação de controlar exige atenção, dedicação e tempo. É necessário ter disciplina. Já quando trata-se de controlar uma pessoa, obviamente é (quase) impossível. Você pode até conversar com alguém que esteja em estado de raiva, tristeza, insegurança, entre outros, e é capaz de aconselhar, levar a pessoa à reflexão, dar ânimo a quem precisa. Mas não está controlando essa pessoa. Esta ouvindo e orientando de forma racional, dizendo como agiria estando sob as mesmas condições.


Controlar o sentimento é algo muito, muito difícil. Sentimento é algo profundo, lá de dentro mesmo. É fundo, fundo, fundo, é lá dentro que ocorre uma batalha das idéias que se passam na cabeça e dos sentimentos tantos vindos do coração.


Com a idéia você respira, você conta, você faz cronologia, planos, você pensa "como seria se..."


A idéia é quadradinha, é peça de lego, que você vai encaixando e tudo fica perfeitinho. A idéia te "levanta", diz que pode ser. Se não está perfeito agora, vai ficar. A idéia é otimista. Mesmo que contenha peças duras e cruéis, no final a idéia é otimista. É esperança. É calculista também. A idéia é inteligente. Tem princípio, meio e fim. É como um TCC onde você consegue elaborar o "problema de pesquisa" e dar uma resposta / solução a este problema.


O Sentimento não. O sentimento está lá dentro de você. Em um lugar que você acha que a professora de ciências esqueceu de ensinar na aula sobre o corpo humano. O sentimento vem de não sei onde e muitas vezes vem também sem nem sequer um porquê.


O sentimento é a dor. Uma dor também que você nem sabia que existia. É um "de repente". Do nada se aflora, embaça as vistas, tranca a garganta, faz faltar fôlego e voz. Faz surgir lágrimas aos montes, que você só percebe quando sente o rosto encharcado. Faz escorrer o nariz, secar a boca. Aperta o peito. Dói. Faz você perceber que realmente o coração está ali. Cumprindo seu papel de bombear o sangue. Mas parece que o coração não está fixo do lado esquerdo como é. Você sente ele pulsar no corpo todo. Treme como de frio, em pleno verão de 31 graus.


O sentimento trava as idéias. Você tenta fazer ou deixar de fazer, mas não consegue.


Controlar algo tão forte assim é muito difícil. O seu próprio é difícil. Impossível não. Difícil sim.


Controlar o sentimento do outro? Já era, desiste. O sentimento não tem "se". Ele é o que é. Ele vem para o que tem que ser.


O sentimento pode trazer muita, muita alegria sim. E dor de igual ou maior intensidade. Querer controlar os sentimentos de outro, se você ainda consegue ouvir, ouça: é burrice. Perca de tempo. Tempo.


A palavra "tempo" vai ficar para uma próxima consulta ao dicionário.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

É preciso ter sonho, sempre!

Homem diagnosticado com 'coma' passa 23 anos consciente

Belga Rom Houben escutava e ouvia tudo à sua volta, mas não conseguia se comunicar com médicos


LONDRES - Um erro de diagnóstico fez um homem passar 23 anos consciente e "amarrado" a uma cama, enquanto médicos pensavam que ele estava em coma, na Bélgica. Rom Houben, que tinha 23 anos quando sofreu um acidente de carro que o deixou completamente paralisado, foi submetido a vários exames normalmente utilizados para diagnosticar o coma, baseados em respostas motoras, verbais e oculares.
Ele, no entanto, escutava e via tudo o que acontecia à sua volta, sem conseguir se comunicar com médicos, familiares e amigos. Apenas alguns meses atrás, exames com aparelhos de tomografia de última geração mostraram que seu cérebro estava funcionando de maneira praticamente normal. Mensagens Houben foi então submetido a várias sessões de fisioterapia e agora consegue digitar mensagens em uma tela de computador. Um aparelho especial colocado sobre sua cama permite que ele leia livros mesmo deitado. "Nunca vou me esquecer do dia em que descobriram qual era o meu verdadeiro problema. Foi meu segundo nascimento", disse. "Todo este tempo eu tentava gritar, mas não havia nada para as pessoas escutarem." "Frustração é uma palavra muito pequena para descrever o que eu sentia", afirmou, Houben, que deve permanecer internado em uma clínica perto de Bruxelas. O neurologista Steven Laureys, que liderou a equipe que descobriu a situação de Houben, publicou um estudo há dois meses alertando que muitos pacientes considerados em estado de coma na verdade podem estar conscientes. "Apenas na Alemanha, a cada ano, 100 mil pessoas sofrem de traumatismo cerebral grave. Estima-se que de 3 mil a 5 mil deles se mantêm presos em um estágio intermediário entre o coma verdadeiro e a total recuperação de seus sentidos e movimentos. Eles seguem vivendo sem nunca mais voltarem", disse Laureys, chefe do Grupo de Coma do Departamento de Neurologia da Universidade de Liège.

Perguntado sobre como ele conseguiu sobreviver durante todo esse tempo, ele respondeu: "Nunca deixei de sonhar."
=======

"Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre!
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...."

Maria Maria - Milton Nascimento

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O mundo precisa de atenção


Entenda a COP 15
Saiba o que será negociado na 15ª Conferência das Partes, da ONU, entenda os diferentes interesses em jogo, a posição dos países em relação aos principais assuntos que envolvem o aquecimento global e a importância desse encontro para o planeta. É o destino da civilização humana que está em jogo em Copenhague


Thays Prado - Edição: Mônica Nunes




A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro deste ano, em Copenhague (Dinamarca), vem sendo esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana. Não é exagero. De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle. Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. O ideal é que a quantidade de carbono não ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm e esse número cresce 2ppm por ano. Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, com a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam. No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver: - a floresta amazônica transformada em savana; - rios com menor vazão e sem peixes; - uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo; - o derretimento irreversível de geleiras; - o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras; - a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos e - o aumento de doenças tropicais como dengue e malária. COP-15: É AGORA OU NUNCA! Apesar de a UNFCCC se reunir anualmente há uma década e meia, com o propósito de encontrar soluções para as mudanças climáticas, este ano, a Conferência das Partes tem importância especial. Há dois anos, desde a COP-13 em Bali (Indonésia), espera-se que, finalmente, desta vez, tenhamos um acordo climático global com metas quantitativas para os países ricos e compromissos de redução de emissões que possam ser mensurados, reportados e verificados para os países em desenvolvimento. A Convenção vai trabalhar com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Isso significa que os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançam uma quantidade maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu modelo de crescimento econômico, devem arcar com uma parcela maior na conta do corte de carbono. Por isso, a expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020. Os países em desenvolvimento, por sua vez, se comprometem a reduzir o aumento de suas emissões, fazendo um desvio na curva de crescimento do “business as usual” e optando por um modelo econômico mais verde. É isso o que fará com que Brasil, Índia e China, por exemplo, possam se desenvolver sem impactar o clima, diferentemente do que fizeram os países ricos. Para mantermos o mínimo controle sobre as consequências do aquecimento global, a concentração global de carbono precisa ser estabilizada até 2017, quando deve começar a cair, chegando a ser 80% menor do que em 1990. PROTOCOLO DE KYOTO – PARTE 2 Engana-se quem pensa que as decisões tomadas na COP-15 substituirão o Protocolo de Kyoto. Na realidade, paralelamente à Conferência, mas no mesmo espaço, é realizada a 5ª Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto, que deve definir quais serão as metas para os países do chamado Anexo I, para o segundo período de compromisso do documento, que vai de 2013 a 2017. Várias das reuniões que ocorrem nos quinze dias de encontro servem, ao mesmo tempo, aos dois eventos. Até 2012, os países desenvolvidos signatários do Protocolo, devem reduzir suas emissões em 5,2%. Espera-se que os Estados Unidos, que se recusaram a assinar o documento em 1997, tenham uma postura diferente, agora sob a gestão Obama. A PAUTA DA COP EM CINCO EIXOS Na COP-13 foram estabelecidos cinco blocos de sustentação para a 15ª Conferência das Partes, que representam os pontos cruciais que devem ser discutidos e acordados entre os países. São eles: 1. Visão Compartilhada: Antes de qualquer acordo, é necessário que os países definam que haverá um objetivo global de redução de emissões, deixando claro quais são o aumento de temperatura e, especialmente, a concentração de gases de efeito estufa considerados limites. Esses números estão longe de ser um consenso até agora. Enquanto os países mais vulneráveis desejam metas rigorosas, os países que terão de arcar com a conta do aquecimento global torcem por menos rigidez. 2. Mitigação: A necessidade de cortar emissões de carbono é indiscutível. No entanto, os países em desenvolvimento argumentam que as mudanças climáticas que presenciamos atualmente se devem à concentração do carbono emitido pelos países ricos desde o início da Revolução Industrial e, portanto, apenas eles deveriam assumir metas de redução de emissão. Por outro lado, os países desenvolvidos alegam que os países do BIC (Brasil, Índia e China) vem aumentando suas emissões rapidamente e, em breve, devem superar os primeiros em volume de gases de efeito estufa lançados na atmosfera. Por isso, eles exigem que os países em desenvolvimento também se comprometam a diminuir emissões. Se o “Mapa do Caminho de Bali” for mesmo respeitado, na COP-15, a discussão deve focar mais nos auxílios financeiro e tecnológico dos industrializados destinados aos países em desenvolvimento, para que façam a mitigação sem comprometer sua economia. As regras dos mecanismos de compensação de emissões, créditos de carbono e preservação florestal, como MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, REDD – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal e NAMAS – sigla em inglês para Medidas Nacionalmente Apropriadas de Mitigação, devem ser mais bem formatadas. 3. Adaptação: Os países pobres, que ironicamente menos contribuem para o aquecimento global, são os mais vulneráveis às inevitáveis alterações climáticas que já estamos presenciando e veremos se tornar cada vez mais frequentes. Eles necessitarão de recursos financeiros e tecnológicos para incrementarem sua infraestrutura e se protegerem das catástrofes que estão por vir. Atualmente, discute-se a criação de um fundo internacional de adaptação com essa finalidade. 4. Transferência de Tecnologias: Inovações tecnológicas são, cada vez mais, imprescindíveis para que possamos mudar nosso modelo de desenvolvimento para uma economia de baixo carbono, baseada, especialmente, em fontes limpas de energia, aumento da eficiência energética, substituição de combustíveis fósseis e desmatamento-zero. É preciso definir de que maneira o conhecimento tecnológico dos países desenvolvidos será transferido para os demais. Cogita-se, inclusive, a quebra de patentes para facilitar o acesso à tecnologia que pode ajudar a conter o aquecimento global. 5. Apoio Financeiro: Será fundamental que os países ricos destinem recursos financeiros para que os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos realizem suas ações de mitigação e adaptação e desenvolvam tecnologias. Atualmente, estima-se que esse montante seja de 150 bilhões de dólares até 2030, distribuídos entre o mecanismo de NAMAS, a preservação florestal e a adaptação. A quantidade não é suficiente, estima-se que seriam necessários pelo menos o dobro de recursos. Para se ter uma ideia, para controlar a crise financeira e evitar a quebra dos bancos, 4 trilhões de dólares foram disponibilizados. QUEM PARTICIPA E QUAIS SÃO OS RISCOS DESTA COP Normalmente, as Conferências das Partes acontecem durante duas semanas. Os ministros de cada país costumam chegar só depois da primeira semana e a discussão ganha força – mesmo! - apenas nos últimos dias ou horas. Participam da Conferência, com poder de voto, os Estados Nacionais que são signatários da Convenção e/ou do Protocolo de Kyoto, por meio de suas delegações. Outros países podem participar do encontro como observadores, assim como as ONGs. Os observadores podem se manifestar nas reuniões formais por meio de propostas escritas, que são lidas ao público, mas não têm poder de decisão. Os chefes de estado não participam, obrigatoriamente, da COP, mas seria desejável que eles comparecessem para dar peso à Convenção. Há uma grande expectativa de que o presidente norteamericano Barack Obama esteja presente, o que faria com que muitos outros também aparecessem por lá. No entanto, corre-se o risco de que, assim como aconteceu em 1997, na definição do Protocolo de Kyoto, esses chefes de Estado se reúnam a portas fechadas e negociem sozinhos, invalidando a Convenção e tornando o processo menos democrático e transparente. Organizações como a CAN – Climate Action Network, constituída por cerca de 365 ONGs, que se articulam para que os objetivos da Convenção sejam cumpridos, e a campanha internacional Tck Tck Tck estão empenhadas em fazer pressão e evitar que isso aconteça. Ainda corre-se o risco de a COP-15 terminar sem acordo nenhum ou com propostas bem inferiores ao que seria necessário para controlarmos o aquecimento global, o que seria uma verdadeira tragédia para todos os povos. Infelizmente, muitos especialistas não têm se mostrado esperançosos com Copenhague, já que os países desenvolvidos vêm apresentando números inferiores ao esperado. Há quem acredite que a mudança em relação às emissões de carbono não virá de uma discussão internacional como essa e, sim, da sociedade civil, dos setores privados, de cidades que se virem ameaçadas pelas alterações do clima. Até dezembro, nos resta apoiar aos diversos movimentos de diferentes setores, que têm encaminhado propostas ao governo para contribuir com as decisões internacionais, cobrar de nossos representantes e torcer.* COP-15* CAN - Climate Action Network* Tck Tck Tck Fontes:- Publicações da ONG Vitae Civilis: "Antes que seja tarde: a urgência de uma resposta negociada entre nações para os desafios de mudança do clima" e "Panorama dos atores e iniciativas no Brasil sobre mundanças do clima" e palestras.
A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro deste ano, em Copenhague (Dinamarca), vem sendo esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana. Não é exagero. De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle. Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. O ideal é que a quantidade de carbono não ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm e esse número cresce 2ppm por ano. Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, com a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam. No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver: - a floresta amazônica transformada em savana; - rios com menor vazão e sem peixes; - uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo; - o derretimento irreversível de geleiras; - o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras; - a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos e - o aumento de doenças tropicais como dengue e malária. COP-15: É AGORA OU NUNCA! Apesar de a UNFCCC se reunir anualmente há uma década e meia, com o propósito de encontrar soluções para as mudanças climáticas, este ano, a Conferência das Partes tem importância especial. Há dois anos, desde a COP-13 em Bali (Indonésia), espera-se que, finalmente, desta vez, tenhamos um acordo climático global com metas quantitativas para os países ricos e compromissos de redução de emissões que possam ser mensurados, reportados e verificados para os países em desenvolvimento. A Convenção vai trabalhar com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Isso significa que os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançam uma quantidade maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu modelo de crescimento econômico, devem arcar com uma parcela maior na conta do corte de carbono. Por isso, a expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020. Os países em desenvolvimento, por sua vez, se comprometem a reduzir o aumento de suas emissões, fazendo um desvio na curva de crescimento do “business as usual” e optando por um modelo econômico mais verde. É isso o que fará com que Brasil, Índia e China, por exemplo, possam se desenvolver sem impactar o clima, diferentemente do que fizeram os países ricos. Para mantermos o mínimo controle sobre as consequências do aquecimento global, a concentração global de carbono precisa ser estabilizada até 2017, quando deve começar a cair, chegando a ser 80% menor do que em 1990.

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Gostar de quem não gosta de mim...

"Desenvolver força, coragem e paz interior demanda tempo. Não espere resultados rápidos e imediatos, sob o pretexto de que decidiu mudar. Cada ação que você executa permite que essa decisão se torne efetiva dentro de seu coração."

Retirei essa frase do blog: http://paravivermelhoremaisfeliz.blogspot.com/

acessem, é uma gracinha!

"Jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver, alguém que você gostaria que estivesse sempre com você, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê..."

Porque desejar mal para os outros não é legal.

Ciumenta!


Não, não, não! Isso não é música de César Menotti e Fabiano (ai jesuis!) menos... calma...


vi essa fotinho na internet e achei uma fofura!falar sobre ciúmes não é nada fácil...mas a gente pode tentar. É óbvio que um pouquinho de ciúmes em um relacionamento a dois acaba sendo uma coisa gostosa e fácil de levar. O problema é a palavra "pouquinho". Talvez as pessoas possuam uma concepção diferente do que é esse "pouquinho" rs. Mas quando pessoas se gostam de verdade, por mais ciúmes que exista, há coisas que superam. Fato que uma conversa que poderia levar 30 minutinhos acaba levando 3 horas, mas isso é o de menos. Exercitar a paciência, acredite, é um dom! Admiro aqueles que conseguem....(rs). O mais importante é entender o porque esse sentimento se aflora na outra pessoa. Os motivos podem ser diversos: insegurança, medo, sentimento de culpa, abandono, frustação, ansiedades, stress, TPM, ou menos neura, simplesmente ciúmes ora! Realmente o essencial é conversar, conversar e conversar... Existem aquelas pessoas que têm ciúmes das amigas, do gato, do cachorro... aí é complicado... Mas quando a gente fala de ciúmes de namorado somente, então é compreensível (desde que tenha uma boa explicação também...).


Enfim, acredito que quem ama, tem ciúmes!


e viva o Cesar Menotti e Fabiano! ahahahah

Alegria Alegria - Eu vou!

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...
Por que não, por que não...Por que não, por que não...Por que não, por que não...Por que não, por que não...

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Essa música é muito gostosinha, e muito de verdade... a-do-ro

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Pequeno Príncipe




O livro mais lindo que existe! Quem quiser ler mas não quer comprar (apesar de eu achar que vale muito a pena) basta procurar na internet e fazer o download. Agora para quem quiser ver apenas as frases mais queridas, aí vão elas:

"Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem
compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações."

"- Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe ..."

"É preciso não lhes querer mal por isso. As crianças devem ser muito indulgentes
com as pessoas grandes." (pois os adultos adoram números)

"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar..."

"Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol..."

"Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz" - que frase mais linda!

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

"- Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, em algum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância?" - e o principezinho chora por saber que pode um dia perder sua rosa.

“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”

“Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!”

“Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.”

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.”

“Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

“O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço nalgum lugar.”


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estou pensando...


"Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos."
Mahatma Gandhi



"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (...) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."
Charles Darwin

Meio Ambiente e Saúde


COMA MENOS CARNE VERMELHA. A criação de bovinos é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Não é piada. Você já sentiu aquele cheiro pavoroso quando você se aproximou de alguma fazenda/criação de gado? Pois é: É metano, um gás inflamável, poluente, e mega fedorento. Além disso, a produção de carne vermelha demanda uma quantidade enorme de água. Para você ter uma idéia: Para produzir 1kg de carne vermelha são necessários 200 litros de água potável. O mesmo quilo de frango só consome 10 litros
--
interessante...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Gérberas


" e o futuro é uma astronave que tentamos pilotar..."


Mafalda:
- Que mania de andar para trás! Que bicho mais sem futuro!
- Você é um bicho estúpido, sem futuro!
- Ou será que o futuro é tão ruim que ele está voltando?









Hipocrisia








sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bruna Caram


São sorrisos largos
Lagos repletos de azul
Os corações atentos
Ventos do sul
São visões abertas
Certas despertas pra luz
A emoção alerta
Que nos conduz

Sonhos aventuras
Juras promessas
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos estes versos soltos dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração

Os artifícios
Vícios deixando de ser
Os velhos compromissos
Pra esquecer
São pontos de vista
Uma conquista comum
O mesmo pé na estrada
De cada um

Sonhos aventuras
Juras promessas
Dessas que um dia acontecerão
Você me daria a mão?
Todos estes versos soltos dispersos
No meu novo universo serão
Palavras do coração.

-- essa menina é tão indiferente...fala com a gente nem sequer olha no olhar...--

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Contaminada pela vida


Aos 60 anos e portadora do HIV, esta avó trabalha pela prevenção da aids na terceira idade.

Ivan Marsiglia

Beatriz, 60 anos, teve três homens na vida. O primeiro deu a ela quatro filhos. O segundo contaminou-a com o vírus HIV. O terceiro foi seu único e verdadeiro amor. Gaúcha de Porto Alegre, ela nunca usou drogas nem foi infiel a nenhum de seus maridos. Entretanto, o perfil “careta”, como ela própria define - tão distinto do que se costumava chamar “grupo de risco” da síndrome da imunodeficiência adquirida nos anos 80, quando a doença foi popularizada no Brasil pela voz aterrorizante de Hélio Costa no Fantástico - não a salvou das estatísticas da aids. A história de vida de Beatriz cabe no dado mais alarmante de um estudo divulgado essa semana pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. Entre 1996 e 2006, a incidência da doença entre maiores de 50 anos mais que dobrou no País, passando de 7,5 para 15,7 casos por 100 mil habitantes. Cerca de 70% dos pacientes são do sexo masculino e 75%, casados, que freqüentemente acabam por contaminar suas mulheres - uma vez que, por questão de hábito geracional, menos de 20% dos brasileiros nessa faixa etária usam preservativo.Educada nos rígidos padrões gaúchos, Beatriz emancipou-se como pessoa e como mulher a partir de encontros, decepções e tragédias entre as quais a aids não seria a pior - e, bem ao contrário, estaria presente quando a vida lhe proporcionou uma experiência única e madura com o amor. Além disso, seria a doença também a conferir sentido existencial e profissional à advogada de hoje, defensora intransigente e bem-humorada do “direito ao amor da pessoa com aids”, como diz. Missão a que dedica quase tanto tempo e carinho quanto a seus três netos, Bibiana, de 12 anos, Bruna, 9, e Bernardo, 4. Maria Beatriz Dreyer Pacheco, a Neca no apelido de família, estudou em colégio de freira e casou-se virgem no final da década de 50 com um rapaz vizinho de porta da família, escolhido por seu pai. “Eu tinha 19 anos”, lembra-se, “e achava estranho o fato de que não se podia nem pegar na mão antes de assinar o papel. Depois, tudo ficava permitido.” O tudo, no caso, não era lá grande coisa. Mas logo vieram os filhos, com suas alegrias, a diluir aquela vida “insípida, inodora e incolor”, como definiria anos mais tarde. Certa noite, pouco antes das bodas de prata do casal, o marido, gerente da Caixa Econômica Federal, confessou estar diversificando sua carteira de investimentos: no caso, em uma moça 15 anos mais nova. Mulher de família, mas com a faca na bota, Beatriz pôs o marido para correr no meio da madrugada. Recusou pensão alimentícia e pediu apenas que os bens do casal fossem para o nome dos filhos. Mas os tempos que vieram foram difíceis. “Eu era muito dependente”, conta. “Fui criada de uma maneira que me fazia pensar que não seria nada sem o casamento.” Desesperada, chegou a tentar o suicídio. Mas decidiu recompor a vida, a começar pelas finanças. Foi quando conheceu, em 1991, aquele que viria a ser seu segundo marido. Outro gerente, dessa vez do Banco do Brasil. “Ele me chamou e fez uma proposta bem de bancário: não era casamento, mas parceria. Tinha sido alcoólatra e sofria de cirrose hepática. Propôs ajudar a mim e a meus filhos se eu cuidasse dele.” O contrato virou um relacionamento de afeto e respeito mútuos, que durou dois anos e meio, até a morte do parceiro por complicações de saúde. Com os filhos criados e aos 42 anos de idade, Beatriz decidiu que não havia mais lugar para homens em sua vida. Isso até encontrar Carlos Antônio Aleixo, “o único de quem você pode publicar o nome, porque foi quem eu amei de verdade”, em março de 1996, na sala de espera do Tribunal do Trabalho, em Porto Alegre. Ele era auditor fiscal, também tinha filhos e estava recém-separado. Simpatizaram um com o outro e, no meio da conversa, deram-se conta de que já tinham se conhecido, 30 anos atrás. “Você não é a Neca?”, perguntou Carlos, que estivera na casa dos Pachecos quando era apenas um garoto de 14 anos e ela tinha 18. “Na hora, não me dei conta. Mas quando ele me telefonou, convidando para jantar, ouvi sua voz e senti um frio na barriga. Aí me dei conta de que estava gostando dele.” O jantar foi no sábado. Segunda-feira, os dois já estavam morando juntos. O ano que se seguiu foi maravilhoso para Beatriz e Carlos. “Vivi a sexualidade mais rica da minha vida entre os 50 e os 60 anos”, conta ela. “Nossos filhos notavam quanto éramos felizes e nos chamavam de ‘envelhecentes’”, ri. Foi em 1997 que ela começou a apresentar os sintomas. Uma infecção de pele persistente intrigou os médicos, até que um deles pediu a Beatriz, “só por segurança”, que fizesse um exame de HIV. “Tive um acesso de riso, porque àquela época eu também associava a aids à conduta moral das pessoas.” No dia de buscar o exame, chegou a brincar com os colegas antes de ir ao laboratório: “Vou lá buscar meu diagnóstico de aids”.Beatriz abriu o envelope na rua, a caminho de casa. “Quando li ‘reagente’, primeiro interpretei que fosse bom sinal, de que minha saúde estava reagindo, veja só. Aí dei dois passos e estanquei. Era um dia de sol como hoje, mas tive a nítida sensação de que havia uma nuvem negra na minha cabeça.” Como na maioria dos casos, é difícil determinar quando e como a infecção se deu exatamente. Beatriz acha que ela ocorreu devido às constantes transfusões de sangue feitas por seu segundo marido entre 1991 e 1992. “Ele não tinha nem saúde para me trair”, acredita. “Fui infectada por causa de relação sexual desprotegida. Ponto.”A primeira reação de Carlos foi de fúria. Gritou que a culpa era dela, que ele era filho único, iria morrer e deixar sua mãe desamparada. De repente, empalideceu e desabou. Ela teve que chamar uma ambulância. “Tinha certeza de que seria abandonada”, relembra. Mais calmo, Carlos disse que a amava, que os dois juntos fariam do limão limonada e enfrentariam o problema sem medo. A primeira infectologista consultada por Beatriz deu-lhe 18 meses de vida. Perguntada sobre qual deveria ser a conduta do casal dali para a frente - se podiam se tocar, se beijar, se era preciso separar as louças - a doutora limitou-se a dizer: “Sabe-se muito pouco sobre a aids até hoje”. Carlos submeteu-se ao exame, que, à época, levava quase 20 dias para ficar pronto. Deu negativo. Repetiu os testes 90 dias depois, com igual resultado: apesar de um ano de vida sexual freqüente, ele não estava infectado. Os dois eram um caso raro de casal sorodivergente. Carlos pediu desculpas a Beatriz e chorou de vergonha por tê-la acusado. Os filhos começaram a se despedir dela. Uma ocasião os quatro repetiram com a mãe o passeio preferido de infância: foram ao circo juntos e comeram algodão-doce. Natal e aniversários foram celebrados como se fossem os últimos. O casal também enfrentou o drama junto. Nos primeiros quatro meses, Beatriz e Carlos tiveram que pagar o tratamento do bolso. “Gastávamos US$ 2 mil por mês em medicamentos”, conta ela, que precisou se endividar e teve um automóvel tomado pelo oficial de Justiça. Quando o coquetel antiaids foi descoberto e o Ministério da Saúde passou a fornecê-lo gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, a situação melhorou. Os dois tiveram que redescobrir a vida sexual e aprender a usar camisinha. Também começaram um trabalho de militância contra o preconceito e pelo amor nos tempos de HIV. Beatriz fundou o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, de prevenção e apoio aos infectados. Já em 1999, ela publicou no jornal do Gapa, Grupo de Apoio à Prevenção da Aids, um artigo intitulado Nós, as HIVéias, que tocava no tema tabu da infecção de mulheres de meia-idade casadas. Dispensar a camisinha nas relações estáveis? Fazendo o exame antes, tudo bem, ensinava Beatriz, contanto que a proteção seja regra nas relações extraconjugais: “Se pular a cerca, traz a guampa (chifre, no dialeto gauchês) sem o HIV pendurado nela”. Para mostrar que o contágio da aids não se dá senão por via sexual ou transfusão de sangue, os dois faziam palestras durante as quais bebiam água do mesmo copo e eram invariavelmente encerradas por um apaixonado beijo na boca. Tudo estava bem e o amor era mais forte do que a morte. A pior tragédia para Beatriz Pacheco, no entanto, ainda estava por vir. Em 2005, dirigindo para o trabalho, Carlos sentiu uma intensa dor abdominal. Tabagista inveterado havia décadas, teve diagnosticado um câncer de bexiga, em fase de metástase. “Ele sentiu muita revolta, não aceitava que nosso sonho não existiria e que ele estava morrendo”, conta Beatriz, que teve mais dificuldade de se conformar com o diagnóstico do marido do que com o seu: “Havia um acordo informal entre nós de que eu morreria nos braços dele”. A agonia durou dez meses e Carlos definhou lentamente. Uma ocasião, disse a ela: “Ter aids é fácil”. Seu olhar era de raiva e desesperança. Já na UTI, fez um pedido a uma de suas filhas: “Diga à Neca para ela não sair daqui porque a morte tem medo dela”. Após outra noite ao lado do amado no hospital, Beatriz saiu para tomar um banho e trocar de roupa. Foi o tempo de chegar em casa e o telefone tocar: Carlos tinha ido. Neca não estava, e a morte chegou. O homem que enfrentava qualquer desafio e sempre sabia ver o lado bom das coisas não estava mais ali. Mais uma vez, Beatriz sofreu, mas não perdeu a alegria de viver: “Muita gente nem sequer teve um grande amor na vida”.

sábado, 29 de novembro de 2008

Mais uma

Quando Fecho os Olhos
Chico César
Composição: Chico César/Carlos Rennó

E aí você surgiu na minha frente,
E eu vi o espaço e o tempo em suspensão.
Senti no ar a força diferente
De um momento eterno desde então.

E aqui dentro de mim você demora;
Já tornou-se parte mesmo do meu ser.
E agora, em qualquer parte, a qualquer hora,
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.

E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.

O amor une os amantes em um ímã,
E num enigma claro se traduz;
Extremos se atraem, se aproximam
E se completam como sombra e luz.

E assim viemos, nos assimilando,
Nos assemelhando, a nos absorver.
E agora, não tem onde, não tem quando:
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.

E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.

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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

domingo, 6 de julho de 2008

Alguém como você

Não ligue pro que eles vão falar
Ninguém está aqui no meu lugar
Nem sente o que eu sinto por você
Ninguém entende nada, eles nunca vão saber

Não deixe um sussurro te assustar
Nem pense como eles vão pensar
Só ouça o nosso coração bater
Não precisa dizer nada, eles nunca vão saber

Como é não ser só
Como é amar sem sofrer
Como é gostar e querer
Como é ter alguém como você.